Estou de passagem neste mundo,

Mas deixo aqui o registro de minhas palavras.

Eu sou o peregrino do tempo.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

kizzy ysatis

Duas faces da mesma moeda

Uma resposta a quem que quando cobra meus “atrasos” literários, quando cobra minha demora pra terminar um livro, tem por péssima mania querer me ofender dizendo que não sou profissional. Olha, não são atrasos, é artesanato, é o fazer bem, sem pressa, fazer bem feito, leve quanto tempo for preciso para me satisfazer, para dizer, ei-lo "acabado".

Profissional... Ah, quer saber, não sou mesmo, digo-lhe logo de cara, em resposta as chibatas que não ajudam, encolhem meu criar como aqueles que apressam o nascer da borboleta do casulo, acabam por matá-la.

O profissional é profissional porque tem profissão, e profissão é trabalho; e trabalho é chato, oui, mui chato. E eu escrevo por diversão. O divertimento é mais gostoso, se faz por querer e não por dever. E no querer se faz com gosto; e com gosto sai melhor. Oui, bem melhor. Assim a imaginação desabrocha fácil. Fácil como imaginação de criança. Do outro jeito, do modo profissional, do jeitim adulto, só há o blackout. Sai forçado, artificial como adulto brincando amarelinha.

Mudando de assunto.

Já ouvi dizeres (ou li) que minha escrita se esforça pra ser rebuscada, e isso é ledo engano. As palavras me escolhem por musicalidade, chegam despreocupadas se causarão estranhamento ao leitor. Elas nem sabem que os leitores as espionam. Já disse e repito, não é a língua que tem de se curvar à nação ignorante, mas esta é quem deve fazer por merecê-la. Nado contra a vertente. Mas se meu estilo é assim tão difícil como rezam as línguas, como explicar que meus leitores sejam tão jovens, seja de idade ou espírito? Não estaria então, meu estilo, destinado a uma nova fração de leitores cansados de livros fabricados?

Kizzy Ysatis
Santos, 28 de janeiro de 2009

15 comentários:

Unknown disse...

Oi!!!!

Estou indicando você ( e seu blog)
para um selo. Dá uma passadinha lá no meu blog pra ver!!!

Adriana disse...

Querido Kizzy.

Não se importe com quem se dá ao trabalho de te criticar, ao invés de entender como sua veia criativa funciona.

Deixe sempre fluir e, tenha a certeza de que vc faz o que sua alma e seu coração falam a vc...E exatamente por esse motivo, seu trabalho é tão prazeroso de se ler.

Esqueça aqueles que não valem a pena, que não acrescentam em nada a nossa jornada.

Esses, são apenas pobres de espírito, e analfabetos da arte.

Beijos e um carinho, de uma irmã da arte da palavra...e, fã de seu imenso talento.

Nana

Somerset disse...

Kizzy,
Quem é capaz de apreciar a sua arte, os seus livros, sabe o quanto majestoso e poético você pode chegar a ser e o quanto você tem paixão pelo que faz.

A palavra trabalho vem de um instrumento de tortura, acredito, da idade média. Lembra dívida, dever para com seja lá quem for. Pressão que a arte não pode viver.

Você tem muito talento e, com certeza, sabe de que modo deve proceder com suas obras. Por isso não dê ouvidos (ou olhos) a críticas sem lógica e sem razão.

Bjo!

Emanoel Ferreira disse...

Já enviei enviei meu conto para a antologia Território V. Os autores dos contos escolhidos não precisam vender cota de livro?
Não precisão fazer nada? Só detonar no conto mesmo?!

Adorei isso em!

Abraços e sucesso pra você. Sempre estou de olho aqui no teu blog. Visita o meu: www.blogtaberna.blogspot.com

Martarella Sirena disse...

Querido amigo: usted es un artesano de la palabra y del sentimiento y por eso eres valiente: porque reflejas en las páginas de los libros lo más lindo, lo más apasionado de tu interior y haces que las sombras del corazón sean también hermosas porque los seres humanos somos luz y oscuridad. No te preocupes por aquellos que no saben apreciar tu arte, sólo hay que tener lástima por ellos porque son infelices y no hacen nada por llenar su espíritu ni su corazón. Tú ya tienes un espíritu y un corazón llenos de muchos sentimientos que llegan muy lejos... a mí me llegan, y eso que desde Brasil a España hay muchos kilómetros. Afortunadamente, los sentimientos no comprenden las medidas.
Besos y abrazos para ti, mi amigo!!!

Anônimo disse...

Amoreco!
A Lei Aurea já foi assinada há séculos atrás... Trabalho é a nossa escravidão como meros mortais nessa fase terrena que nos encontramos.
Como diria meu professor de anatomia "se fosse fácil todo mundo aprendia!" E fácil não é, para ninguém. Leitores existem em todos os lugares, mas os que realmente lêem as palavrinhas são escolhidos a dedo. Sabe como é?! Uma palavra rebuscada não compreendida não é motivo para pensar que é um exagero ou até mesmo em alguns casos "burrice", isso ou aquilo outro, que nada! Palavras rebuscadas é algo que nos atinge na alma, que pinta ela como se fosse tela de arte. Se não sabem o significado? Pois usem o dicionário, é para isso que ali está!
"Vão-se os anéis e ficam-se os dedos". Críticas existem para ser filtradas, aliás, críticos! Tem gente que simplesmente não entende, tem gente que simplesmente não compreende e não lê as "palavrinhas" rebuscadas como algo prazeroso, porque não é fácil. E sabe o porquê disso? SIMPLES!!! "Se fosse fácil todo mundo aprendia!"
Beijocas moreco, te adoro assim como teus rebuscados pensamentos de ser exatamente como és!
By Lizy Tequila

conce disse...

Adorável como sempre... meu querido você é único, não deve explicações a ninguém, leve o tempo que levar, o que importa é sempre a maneira como vamos nos deliciar com a sua criatividade, aprendi a admirá-lo e conhecer os seus livros através da minha filha Nathalia, uma fã sua incondicional, por isso não tenha pressa, quem te critica, com certeza o faz porque está ansioso demais por ler sua nova obra prima...um grande abraço de suas amigas!!

iarashi disse...

Adorei tudo o que você disse, e concordo. Acredito que existem pessoas que criticam simplesmente por criticar. E existem aqueles que colocam seu gosto pessoal como afirmativa, como se todos fossem iguais. Os livros não devem ser iguais, e um bom escritor se diferencia dos outros. Não existe certo, nem errado. Nem difícil. As pessoas têm essa mania de querer encaixar as coisas dentro de rótulos e formatos. Não se põe regra em arte.

E teus escritos são arte. Carrego O Diario de Sibila Rubra como um dos meus preferidos, e talvez um dos mais presentes na minha vida desde o ano passado.
Beijos

Unknown disse...

Oi Kizzy. Sou Simone Anton. Se existem pessoas que fazem tais observações ignorantes e absurdas existem outras que admiram exatamente esta qualidade extremamente refinada. Espero que tenha lido a carta que enviei no e-mail seu que constava na capa de Clube dos Imortais. Vale a pena dar uma olhada. Beijos.
Simone

Lese Pierre disse...

Tah lindo seu Blog, limpo e claro!!! GOstei muito dessa sensação. Parabéns!!!

Beijo

Anônimo disse...

É a famosa questão.
Levar a literatura até o povo ou o povo até a literatura (na verdade a famosa questão é com cinema, mas adaptei rs). Abss!

Kizzy Ysatis disse...

Eu respondo.

Prefiro dizer ao povo: a literatura está aqui, ainda está, e já está há muito e sempre estará. Desde a babilônia antiga, desde Gilgamesh... passando por eras entra gregos e egípicios, entre a morte do homem e arder de Alexandria, ela seguiu. Da glória romana às trevas Cristã do medievo.

Ainda está aqui ao lado da era espacial, do crescer da tecnologia digital, a tinta ainda cobre o espaço vago do papel com nova história.

Porquê? Descubra.

Abra o livro, dobre a página.

Verta para si o verdadeiro sumo da imortalidade.

Anônimo disse...

Só pra constar... concordo contigo em todas as vírgulas e advérbios. Aquele que preocupa-se em vender livros visa meramente um valor monetário e perde-se em meio a escrita. Assim o tal não se cria, não "nasce", é simplesmente escrito e tudo que assim for, há de ser mera fabricação, como tu mesmo o disses.
Livro tem que ter alma, tem que acrescentar, tem que se marcar, independente de estar se escrevendo um romance, terror, suspense e o que mais for, livro tem que ser inesquecível.
Sou leitora assídua, de qualquer coisa que me interesse, leio desde Byron, Voltaire e Gorki a Austen, Rice e até mesmo Stephanie Meyer (acredite se puder) e apesar de pouca idade, sei distinguir facilmente uma escrita forçada, uma palavra escolhida a escrita "formada", pois nessa não é o autor que escolhe a palavra ou a história, mas a palavra escolhe o autor. Você, Marquês de Ysatis tem isso bem marcado.
Suas palavras fluem sem deslize e dá gosto lê-lo. Atribuo a isso sua paixão pelos clássicos, onde devo dizer que encantou-me imensamente ter Álvares de Azevedo como parte de sua história, posto que sou grande fã desse imortal (da literarura, é óbvio).
Desejo-te vida longa e imensa prosperidade, pois, como tu o disses, faço sim parte dessa "nova fração de leitores cansados de livros fabricados".

Umberto Miller disse...

É isso aeh Kizzy, chega de livros fabricados.
Mas, fabrica a continuação do Diário aí, vai? auhauahauahauaha
Brincadeira, mto legal o nosso "papo com o aautor de chinelos" que proporciou na Realejo.
Grande abraço e aguardo novidades literárias!
A Juliana mandou um bjo! ahahaha

Kizzy Ysatis disse...

MUITO OBRIGADO A TODOS QUE AQUI POSTARAM PELO CARINHO IMENSO E PELAS ÓTIMAS VIBRAÇÕES QUE RECEBO DE VOCÊS TODOS OS DIAS.

OBRIGADO POR RECONHECEREM MINHA DEDICAÇÃO E APRECIAREM MINHAS OBRAS.

MIL BEIJOS