Estou de passagem neste mundo,

Mas deixo aqui o registro de minhas palavras.

Eu sou o peregrino do tempo.


terça-feira, 30 de setembro de 2008

Miguel Angel

Este desenho fiz em 2002, na España. É o Miguel, meu melhor amigo lá na Galícia. Naquele dia, desenhávamos em meu apto na calle panaderas 55. Fiz com nankin aguado. Ele trabalhava no cyber café paixon (escrito em galego mesmo). ainda escreverei sobre esses dias. Ele juntou uma grana e em 2006 veio ao Brasil me ver, ficou 9 dias. foi muito legal. tenho saudades deste menino.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

TERRITÓRIO V

SELETA DE CONTOS DE VAMPIROS ORGANIZADA POR KIZZY YSATIS

[notícia atualizada]

VAMPIROS EM GUERRA!

Porque alcatéias são para os lobos!

Amigos, até o fim do ano estarei envolvido na escrita de um livro com uma graaande personalidade da literatura fantástica, mas não posso falar ainda sobre o projeto, contudo organizarei, assim que o ano acabar, um livro bem legal de vampiros pela TERRACOTA EDITORA

TERRITÓRIO V - Vampiros em guerra! Porque alcatéias são para os lobos!

35 contos de vampiros em guerra. Guerra, combate, disputa de território, ciúmes etc. Deixe sua imaginação fazer as honras. Neste livro haverá uma harmonia. Harmonia e não paz. Paz será a única coisa que os imortais não encontrarão nas páginas do TERRITÓRIO V.

Lembre-se: o tema não é livre, a proposta é uma seleta de contos de combate entre vampiros.

Desavenças, sejam entre clãs; entre vampiros solitários ou mesmo um clã inteiro contra um vampiro; ou até mesmo um vampiro contra um clã inteiro. Os 35 melhores vão estrelar nessa edição histórica de sangue e rancor.

Crie sua aventura e faça com que o mundo a conheça. Não marque bobeira, envie já o seu conto para kizzy@terracotaeditora.com.br! Os candidatos (as) podem enviar seus trabalhos à partir de novembro. Claro que você pode mandar antes, mas a seleção será feita a partir de janeiro. Paro de receber em fevereiro ou março e publicaremos em abril ou maio.

Convidada de honra, a dama rubra do terror, GIULIA MOON, que assina o prefácio e enriquecerá o livro com um conto seu.


O resultado e a publicação será no primeiro semestre de 2009.

Desejo inspiração e boa sorte aos participantes!!!

DETALHE: O DESENHO DA CAPA É DE OCTAVIO CARIELLO, QUE DESENHOU NADA MAIS, NADA MENOS DO QUE A ADAPTAÇÃO PARA OS QUADRINHOS DO LIVRO DA ANNE RICE, A RAINHA DOS CONDENADOS e o Wolverine pra Marvel Comics. EU É QUE NÃO IA QUERER FICAR DE FORA DE UM LIVRO-EVENTO DESSES!

terça-feira, 16 de setembro de 2008


ADEUS IKKIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

Após 15 anos de companhia, o cachorro que veio para nós depois da morte da minha mãe, para nos consolar com seus olhinhos sonsos e amistosos, teve de partir. Foi-se dormindo, sem dor, com anestesia e depois a letal. O tumor tinha avançado rapidamente na última semana e o veterinário não viu alternativa. Como um último ato de amor e misericórdia para que o animal não sofresse, nós assinamos o termo. Sim tem de se assinar. Alessandra chorou muito e não quis assistir. Segurei a cabecinha dele enquanto me despedia, a outra mão pousada sobre seu peito de respiração leve, ouvia com o dedo até o coração adormecer lentamente. Sussurei-lhe que tinha sorte, pensei, se fosse assim comigo, será que me salvariam? Dariam-me a dignidade da boa morte? Dali foi levado para a incineração. Como a fênix que era, outro não podia ser seu destino. Vai fazer saudade, vai ficar na história, afinal era da família e esse quintal não será mesmo sem ele. Ninguém esquece um cão voador, mas essa, é uma outra história...

Adeus Ikki!

Kizzy Ysatis
16 de setembro de 2008

Meu encontro com a prefeita

Ah, outra história. Conheci Lygia Fagundes Telles há alguns meses e ontem conheci dona Marta Suplicy. Podia fazer um relato profundo, mas a idéia é falar mesmo por cima, quase um flash, mas mesmo assim acho que o texto pode ficar longo. Acontece que conheço seu Ignácio de Loyola Brandão de algumas maravilhosas palestras dele e poucas conversas, ainda que tenha lido um livro só (um livro infanto-juvenil mas não menos magnífico) e também suas crônicas de quando assinava o Estadão. Recentemente consegui comprar o Não verás país nenhum edição de luxo comemorativa dos 25 anos. Também sou muito fã do trabalho de dona Lygia, muitas vezes me enveredei pela Academia Paulista de Letras com os livros dela na mão pedindo autógrafos. Dona Lygia, sempre gentil e na maior simpatia me recebia, deixando os autógrafos sempre para a próxima vez e disse-me que era pretexto para eu voltar; então me convidava para tomar uma cerveja com ela na sala privativa dos imortais tão misantropos, a exceção é Loyola, Mário Chamie e a própria Lygia. Nem imagina como me senti, né? A conheci no dia dos namorados. Quando perguntei ao atenciosíssimo garçom, sr. José Luis, se podia fumar, alguns célebres velhinhos ouviram e me olharam com estranheza. Foi aí que vi os pratos, e grandes cinzeiros de vidro diante de cada um deles. Havia cinzeiros por toda parte. Só não tinha mais cinzeiro do que livro. Nem todo escritor fuma, mas esse vicio é recurso da maioria. Ao virar-me para seu Zé Luis, ele já me aguardava com o isqueiro aceso. Esparramei-me numa confortável poltrona de couro, larguei a mochila no carpete e fingi que era Oscar Wilde. Então fiz uma pose blasé assim brincando sozinho. Já que os imortais insistiam em me ignorar. Bom para mim, não sabiam quem eu era, mas como me viram entrar a convite da dona Lygia, não foram deselegantes perguntando. A priori, a palavra dela ali é lei. Ela é a líder, rainha, porta voz. Invejada por uns e admirada por outros. Deu para cheirar isso a quilômetros de distância, apesar do verniz. Aliás, tinha falado de Capitu e havia o repórter da Veja fazendo matéria, mas via-se que Lygia roubava a cena e Ignácio de Loyola nem tinha aparecido, apesar de satisfeito de pertencer à ilustre galeria, não dava tanta bola. Na verdade existem dois lados e um deles trata de vaidade e, mesmo vaidoso, Loyola, tem seus limites. Talvez pense como eu: quero sim ser reconhecido, mas se não for pelo meu trabalho, não vale a pena. Aparecer por aparecer, até a mais patética criatura aparece.
Encantada com os lírios eu lhe dei, a maior escritora viva dessa pátria chamou-me à mesa, e eu, aos delírios, sentei-me ao seu lado que era justamente na ponta da mesa. Passado a brincadeira de poderoso chefão, perguntei-me: para quê eles se reúnem aqui? Ah, é para resguardar a memória e a dignidade da literatura? Algo assim. É missão. E é missão deles e só eles estão aptos a fazer, daí a importância da Academia, acredito eu.
Ontem fui levar meu novo livro para seu Ignácio e um para dona Lygia como prometi a ele quando nos encontramos este sábado no dia do lançamento na Bienal, ambos alegres de vinho (também é comum escritor beber muito). Ele disse para ir a academia, que ia falar de Kafka, Legal, respondi. Mas ele não foi e falaram de autores bêbados na palestra, quem disse que eu assistiria? Mas entreguei o livro da Lygia e ela não me pareceu tão gentil, estava cansada, ajudara a organizar uma festa para Antônio Cândido, disse-me, embora repentinamente, depois de 5 encontros, passou pela minha cabeça que ela sempre se esquecia de mim e que toda vez que me via era a primeira vez. Será? A sala foi invadida nesse instante por um séqüito de repórteres, muitos empunhando câmeras de filmar e fotografar; Marta Suplicy entrou na sala e fiquei admirado em vê-la. Cumprimentou a todos, até a mim (enfim alguém me cumprimentou naquela sala). Ser invisível era minha estratégia, mas já tinha cansado disso. Queria me comunicar com eles, aprender. A ex-prefeita, candidata outra vez, entregou o plano de governo, mas me notou de novo (será que era por que estávamos com a mesma cor de cabelo e penteado?) e acabou falando, Você é muito jovem. Sou só um jovem autor, respondi. Aspira um lugar aqui?, perguntou. Não por enquanto, mas já divido o ideal. Obrigado por ter construído os Céus. Moro no Itaim Paulista, sabe? Tinha de viajar de lotação trem e metrô para fazer minhas pesquisas na Mário de Andrade (biblioteca). Agora, com o Céu Parque Veredas, é praticamente atravessar a rua. Biblioteca maravilhosa, disse eu, Lá fiz algumas das minhas pesquisas para escrever este livro. Dei-lhe meu livro. Ela ficou fascinada, Não sabe como isso me deixa feliz. E eu me senti comovido e culpado. Mas não tinha tempo e contar a verdade e tive de encurtar a história. Não ia contar que era um amigo que tinha ficha lá e pegava os livros pra mim. Mas o que importa, não vieram da biblioteca do Céu de qualquer jeito? Saí de cena, não queria atrapalhar. Sentei-me no corredor para fumar e, claro, trouxe comigo minha cerveja tão carinhosamente servida por Zé Luis. Um homem com uma filmadora profissional no ombro apareceu, anotou meu telefone e perguntou se não podia dar um depoimento dali a pouco. Disse que sim, mas quando entrou na sala solene para sessão plenária, liguei para a editora (Novo Século) pedindo para encontrarem minha assessora de imprensa; minha não: de todos os autores da editora. A assessora não me ligou. Talvez não tenha sido encontrada. Então eu não voltei. Tratei de me mandar, acho que essa história vai para mesa de bar. Política é coisa complicada. Penso que a publicidade gerada poderia me ajudar a divulgar o Diário da Sibila Rubra. É importante divulgar o livro, senão as pessoas não ficam sabendo que ele foi escrito, não o procuram para ler e a novela sempre estará ali, sempre a mesma, moldando sempre. Ah, eu disse que o Walcyr Carrasco virou imortal? O que eu estava fazendo ali? O futuro da Academia e da memória da literatura estava em mãos competentes e eu serei sempre um aprendiz – Graças a Deus!
Não voltei lá. E acho que nem voltarei. Depois dou um jeito de entregar meu romance recém lançado para o Loyola, acho que ele dará uma palestra ali com a Nélida. Ah, a Nélida, ainda não a conheço pessoalmente. Lá vou eu de novo... Claro! Ora essa, jamais conhecerei Machado de Assis além do que se está em seus livros. Sim, os livro são mais importantes, mas não diga que você que é cantor que não queria ter conhecido o Elvis. Como disse, sou aprendiz e há alguns mestres vivos, verei o que eles têm para me ensinar.
Quero me aprimorar mais e mais.

Kizzy Ysatis
Agosto de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CLIQUE NA IMAGEM E ASSISTA AO MARAVILHOSO TRAILER

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Um filme de Christophe Honoré, com músicas de Alex Beaupain
Com Louis Garrel.

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Já sentiram uma certa melancolia benévola? Eu disse melancolia benévola? Não sei explicar isso, mas é sentimento que existe, topo com ele na poesia romântica, topo com ele quando me fecho numa crisálida de sonho e paixão de tempos vividos mesclados aos sonhados. Aquela saudade de onde nunca estive. Sinto essa saudade de Paris, os mais espiritualistas dirão: são memórias de outras vidas. Faz diferença, se em tal pulsar emocional e sinta sua presença? a presença de Paris.
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Canções de Amor. Este filme nos transporta à alma das ruas parisienses e suas paixões. Em Paris amar se pode de todo jeito. O assisti na data de seu lançamento: esta sexta 06/09 no espaço Unibanco.
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Segue a letra de uma das músicas e depois minha sofrível tradução
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As-tu déjà aimé

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As-tu déjà aimé
pour la beauté du geste?
As-tu déjà croqué
la pomme à pleine dent?
Pour la saveur du fruit
sa douceur et son zeste
T'es tu perdu souvent?
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Oui j'ai déjà aimé
pour la beauté du geste
mais la pomme était dure.
Je m'y suis cassé les dents.
Ces passions immatures,
ces amours indigestes
m'ont écoeuré souvent.
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Les amours qui durent
font des amants exsangues,
et leurs baisers trop mûrs
nous pourrissent la langue.
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Les amour passagères
ont des futiles fièvres,
et leur baiser trop verts
nous écorchent les lèvres.
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Car a vouloir s'aimer
pour la beauté du geste,
le ver dans la pomme
nous glisse entre les dents.
Il nous ronge le coeur,
le cerveau et le reste,
nous vide lentement.
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Mais lorsqu'on ose s'aimer
pour la beauté du geste,
ce ver dans la pomme
qui glisse entre les dents,
nous embaume le coeur,
le cerveau et nous laisse
son parfum au dedans.
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Les amours passagères
font de futils efforts.
Leurs caresses ephémères
nous faitguent le corps.
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Les amours qui durent
font les amants moins beaux.
Leurs caresses, à l'usure,
ont raison de nos peaux.
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(alguma coisa se adapta para dar voz à sonoridade da leitura)
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Já amou alguma vez
pela beleza do gesto?
Já mordeu alguma vez
A maçã a plenos dentes?
Pelo sabor do fruto,
sua doçura e sua casca,
se perdendo às vezes?
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Sim, eu já amei
pela beleza do gesto.
Mas a maçã estava dura
e eu quebrei os dentes.
Essas paixões imaturas,
esses amores indigestos,
me enojam as vezes.
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Os amores que duram,
fazem amantes exaustos
e seus beijos muito maduros,
nos apodrece a língua.
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Os amores passageiros
têm inúteis febres
e seu beijo muito verde,
nos esfola os lábios.
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Já que ao querermos amar
pela beleza do gesto,
o verme da maçã
se escorre pelos dentes.
Nos corrói o coração,
o cérebro e o resto.
Nos consome lentamente.
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Mas os que ousam amar
pela beleza do gesto,
este verme da maçã,
que se escorre pelos dentes
nos impregna o coração,
o cérebro e nos deixa
seu perfume ali.
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Os amores passageiros
fazem inúteis esforços.
Suas carícias efêmeras
nos cansam o corpo.
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Os amores que duram
fazem os amantes menos belos.
Suas carícias se desgastam
e envelhecem nossa pele.