Estou de passagem neste mundo,

Mas deixo aqui o registro de minhas palavras.

Eu sou o peregrino do tempo.


terça-feira, 30 de junho de 2009

o voivode

a hora do vampiro ainda não chegou, neste ínterim vamos falando de quem entende. se você adora vampiros e quer saber mais e mais, então deixo a dica, leia voivode, organizado por cid vale ferreira que também é estrela no território v.
autor convidado: cid vale ferreira
conto: protocolos da rapina
em protocolos da rapina não existe beleza, o estranho e o terrível sobressaem aos olhos. ali não há corpo, há carne, e a carne é feia. a morte e tudo o que se refere a ela é agregado à estrutura do conto de cid, onde a feiúra de termos como miasma, gangrena, e o cobrir-se de cal, entre outros, nos remetem ao terror da sepultura.
cinco vampiros antigos agem sob o regime de um pacto imposto por um vampiro feudalista e tirânico que impera como "íncubo" no seu território v, o qual denominam matadouro. agora, as diretrizes dos protocollus rapinarum podem estar ameaçadas pelos excessos infligidos por seu próprio regente.

leia um trecho do conto:

Três outros rios haviam sido cruzados. Outros três irmãos na rapina não tardariam a chegar. Menos humanos do que na época em que acataram suas leis, esses três abismos de impulsividade e esquecimento haviam se habituado a rechaçar eventuais invasões com contundência. Dessa vez, porém, seu faro os guiava a algo sem precedentes. O cheiro de sangue antigo a coagular os colocava num estado de prontidão que interferia na costumaz pureza de sua ferocidade. Embora parecesse certo que um dos seus tombara, nenhum deles retardou seu avanço, e, como nas demais vezes em que se aproximaram, sua presença combinada rasgou a noite com rastros de tempestade e blecaute.

um vernáculo erudito em construções elegantes e herméticas é o elemento chave da narrativa de cid vale ferreira. o texto de protocolos da rapina é difícil, embora não seja empolado. cada palavra condiz com sua exata acepção.
Cid Vale Ferreira é bacharel em Letras-Português pela FFLCH-USP e atualmente trabalha no mercado editorial. Entre 1998 e 2005, editou publicações independentes como o Sépia Zine e a revista virtual Carcasse.com. Nessa mesma época, como DJ e promotor de eventos, foi responsável por inúmeras iniciativas ligadas à subcultura gótica. Após lançar Aranhas do aquário (1996), obra artesanal de baixa tiragem, organizou os livros Voivode - Estudos sobre os vampiros (Pandemonium, 2003) e As trevas e outros poemas de Lord Byron (Saraiva, 2007). Aficionado pelas diversas facetas do horror, esse paulistano nascido em 1979 se lembra com nostalgia de sua primeira noite de insônia, causada por uma HQ vampiresca que folheou antes mesmo de saber ler.
A guerra tem início no décimo terceiro dia do mês do cachorro louco do ano corrente

2 comentários:

Luciana Fátima disse...

Huuummm...

Se curiosidade matasse, eu estaria mortinha agora!! Não vejo a hora de chegar o 13º dia do mês do cachorro louco para, finalmente, 'devorar' este livro !! hehe....



Darkisses

Anônimo disse...

eu também não vejo a hora, querida!!!

kisses by kizzy