Estou de passagem neste mundo,

Mas deixo aqui o registro de minhas palavras.

Eu sou o peregrino do tempo.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

PRIMEIRO EPISÓDIO

Aqueles que habitam o Paralelo Noturno


"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo"

Michel Foucault


I - Fernando é acolhido pelo corifeu dos lobos

Fernando quer gritar e não pode, isso o mata aos pouquinhos. O que foi que Fernando fez? Fernando acha que está doente, mas não quer contar para a mãe ou para o pai. Tem medo de que descubram o que fez. Se descobrissem, ele ficaria assim envergonhado, de tal insuportável maneira, que provavelmente se mataria. Não sentiu vergonha quando fez e tampouco sente agora por ter feito. Confessar-se arrependido seria uma mentira, eis outra coisa que Fernando não entende. Entretanto, ainda assim, ele se envergonharia se seus pais descobrissem, pois certamente o puniriam. Poderiam dizer a princípio que não, porque são pais do tipo bacana. Mentiriam, mas ele saberia e se sentiria punido assim mesmo. Com o olhar... até com a voz, puniriam. A voz fica diferente e machuca, não importa o que estejam dizendo. Não há como disfarçar uma voz magoada. Agoniado, Fernando não raciocina, não sabe o que fazer. Não sabe a quem ou a o quê recorrer, está sozinho. Não quer cura, quer liberdade. Quer poder gritar, isso o mata aos pouquinhos. Fernando não pode gritar. Então ele uiva.

Fausto ouviu Fernando uivar e foi ao seu encontro:

— Vem comigo.

— Quem é você?

— Sou seu amigo. Vem, guri. Eu cuido de você.

— Pra onde vamos?

— Para O Clube dos Imortais.

— Mas moço, eu não posso ir. Fiz uma coisa muito errada.

— Não importa o que tenha feito, no Clube não existe pecado. Nem perdão.

LEÃO NEGRO

A busca pelo vampiro Luar

Um romance de KIZZY YSATIS

16 comentários:

Isabelle disse...

Ah, Kizzy, que maldade deixar os leitores mais ansiosos ainda...
Muito, muito bom. Adorei as duas últimas frases do diálogo!

Unknown disse...

Hum,

Começando muito bem essa nova empreitada — e com uma citação machadiana?! Não tinha como ser melhor!

Parabéns, meu lindo, e força nesta nova jornada! ;)

iarashi disse...

Prometeu pra terça e cumpriu! Que lindo!

Estou curiosíssima pra ler mais!!!!

Kizzy Ysatis disse...

Isa

Não é maldade, linda. Eu entendo que talvez você quisesse ler tudo de uma só vez, mas veja bem, em vez de esperar mais de um ano para ter o livro em mãos, você poderá acompanhar aqui mesmo, pelo blog. Não é uma boa?

Obrigado pela visita querida e volte sempre!!!
.........................

Rober

Achei que essa frase do Machado seria a epígrafe ideal, pois além de citar a obra Fausto (sendo Fausto também o nome da minha personagem), a frase diz que as sombras retornam. E o livro é todo um retorno. Maravilha que tenha gostado.

Obrigado pelo apoio
beijos
....................

Iarashi, minha doce sibila.

Não só cumpri como postarei aqui todas as terças. Acompanhe! :-)

Rose... disse...

Terças mágicas...
Sombrias...
Onde inalo preciosas gotas...
Da fragância serena...
uhmmm...perfume sedutor...
Avassalador imortal...
Invade minha alma...
Acalma meu coração...
chuva lá fora...
durmo em paz...a espera...da próxima letra, da próxima terça...
obrigada...

um beijo soprado no sereno...

Kizzy Ysatis disse...

Rose

Só faltava você hoje, já estava sentindo sua falta.

beijos

Jhaniiny disse...

Que lindo,nossa Kizzy estou muito curiosa para ler esse livro...
E Fernando foi uma ótima escolha para nome. *---*
Espero que consiga escrever como nunca porque estou morrendo de curiosidade!

Celtic Botan disse...

O mistério por trás do Luar, d.L. (Depois de Luciano, xD), será enfim revelado!!

E agora você introduziu esse novo personagem (ou "novo", vai saber se ele mudou de nome depois ;D), Fernando, que me deixou muito curiosa a respeito de suas origens...

Ficarei no aguardo de mais novidades/posts!

Abraços!

Kizzy Ysatis disse...

Terça tem mais!!!!

Já escrevi a cena II (Hakozen), onde reintroduzo duas figurinhas do Clube dos Imortais, uma delas agora tem cabelos vermelhíssimos. ;-)

Estou tão ansioso quanto vocês. Vou pra cena III (Fernando acorda no castelo do Conde Dracula)

Obrigado, são vocês que me estimulam a escrever, são meu combustível maior.

A casa está sempre aberta a vocês, sejam bem-vindos ao Clube dos Imortais!

beijos

G Sandi disse...

Só uma coisa a dizer:

EBA

E um ponto de exclamação gigante.

Jhaniiny disse...

que honra,Kizzy. Combustível maior? *---*
Eu que agradeço por escrever livros tão maravilhosos!

Renato Brandão disse...

Kizzy

Eu gosto muito dos seus livros. Ainda não comprei a Tríade, mas pretendo.

Parabéns.

Uma coisa.. Porque a repetição do nome (Fernando)? Qual sua intenção com isso?

Abraço

www.temalgumacoisaerrada.blogspot.com

Kizzy Ysatis disse...

Gui,

Obrigado pela visita. Estava sumido por aqui. Venha sempre.
...................................

Jhaniny,

Recebi seu simpático e-mail. O responderei com calma. E reitero: vocês são sim meu combustível maior.
.................................

Olá, Noite em claro.

Obrigado por ler meus livros. Maravilha que goste. Leia a Tríade sim, sei que gostará como gostou dos outros.

Você perguntou sobre minha intenção ao repetir algumas vezes o nome Fernando, a resposta é simples: sonoridade. Mas isso não explica nada. Como você é meu leitor, merece uma atenção mais cuidadosa.

No senso comum da literatura, a repetição é associada a um erro, uma ranhura na tela do artista, quando não pensada. Não é o caso aqui. O artista é feito de intuição e técnica. A repetição do nome Fernando surgiu à toa, gostei da idéia, limpei o excesso e o usei como recurso. Não repete tanto a ponto de enfadar, está na dose certa. Às vezes se usa quando não se quer usar pronome. É um recurso que possui um sem-número de causas e efeitos, também comum em histórias infantis e poesia.

O bom prosador gosta de poesia e o bom poeta é prosador. Tenho esse pé na poesia. Fora o prólogo, este texto é a abertura oficial do meu novo romance. Releia a primeira frase dos outros, tenho muito cuidado com elas, assim como presto muita atenção na primeira frase dos livros que leio; e sei que vou gostar ou não do livro ao ler a primeira frase.

Eu penso muito no primeiro parágrafo. Precisa haver magia aí para encantar o leitor. Minha intenção é múltipla inumerável, poderia chamar o recurso de fono-estilística, pois cria certa musicalidade. Um teórico poderia nomear de paralelismo, progressão temática etc, mas aí analisaríamos de modo frio como quem faz uma autópsia. Ao dissecar meu texto, eu mesmo, o mataria. Deixo isso aos acadêmicos. Eu faço arte, eles teorizam, criam nomes para dizer que sabem mais e suprir a falta de sensibilidade e talento. A expressão artística produz efeitos na alma do leitor, é por essa rota que eu caminho. Aprende-se com observação e prática, sem análise ou comparação ou medição. A arte não se pode definir. A arte é imponderável. Imensurável. Acaso se é possível medir o tamanho da saudade? Do amor?

Jhaniny me disse que Fernando foi uma boa escolha, mas a escolha veio sozinha. Não fiz uma seleção. Ele saiu como se já existisse, como se não houvesse outro. Quiça uma egrégora me fez gritar Pessoa, e assim Fernando me foi soprado. A personagem é nova. Tive, sim, mil intenções das mais variadas. Dizê-las, só estragaria a história. Em última analise, é evidente que a repetição tem um efeito na memória, para que se lembre daquilo que foi repetido, e se eu repeti o nome dele, e comecei por ele, é porque Fernando terá um papel especial a ser cumprido, por isso, fique de olho no rapaz.

Finalizando, neste caso, foi uma repetição pensada. Mas posso E VOU cometer erros. Estou escrevendo, lendo e postando. É a primeira versão do livro, da qual estou repartindo esse processo de criação com meus leitores que tanto amo. Depois de terminado o primeiro copião, ele passará por um processo de lapidação e por último uma revisão profissional e ainda assim, erros poderão escapar aos nossos olhos e sair na edição impressa. É natural.

Peço aqui que continue lendo e, todos que tiverem dúvidas, perguntem. Se acharem que é erro, apontem. A idéia é essa. Eu quero escrever esse livro com o acompanhamento dos leitores, eles acompanharam o vampiro Luar até aqui, têm direito a esse privilégio. Assim como eu, que ganhei o privilégio de ter quem leia e goste do que escrevo.

As palavras são sementes assim sopradas ao acaso no ouvido do artista. Nascem na alma e morrem na boca; mas, se forem escritas, serão árvores eternas no coração do mundo. São as cores moldadas com o apuro e técnica pelo autor que canta, com as palavras, o fazer do Belo Ofício.

Obrigado e continue por aqui

Strega disse...

Kizzy, você é muito inteligente!! Eu gosto muito dos seus textos e pretendo comprar A TRÍADE assim que possível! Estou gostando muito deste seu novo projeto, a ansiedade é muito forte!!!

.:Leh:. disse...

Tá ai mais um livro na minha listinha rsrsrs

Ganhei o Clube do Imortais de presente de Natal pretendia le-lo depois das crônicas de narnia...
Não aguentei! Minha vontade é fraca perto da curiosidade, comecei ontem já estou adiantada... Comecei a ler pra pegar no sono e Perdi o sono Lendo o Livro...
E quando dormi tive um pesadelo muito ruim, Misture:Japão, Terremoto, Viajem escolar e Vampiros e terá um pesadelo rsrsrs
Eu rio mas, é de medo mesmo
rsrsrs

Anônimo disse...

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