Estou de passagem neste mundo,

Mas deixo aqui o registro de minhas palavras.

Eu sou o peregrino do tempo.


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Soltei-me dos grilhões que me prendiam.

Ora, não vou mais me submeter às tortuosas horas de puro desconforto em prol das pessoas que amo. Não vou mais aceitar convites de festinhas de crianças de filhos dos outros. As crianças não me incomodam, porque não estão lá para as aparências, mas somente para a diversão, e isso é tão minha cara. Posso muito bem visitar meus amigos e seus filhos, meus parentes e seus filhos, em horas nossas; mas não mais participar dessas cerimônias que celebram as convenções das quais não faço parte e tampouco quero fazer. Por quê? Ora, os humanos se multiplicam, e isto eu acho natural. Fico feliz pelos amigos e irmãos porque a felicidade dos meus é a minha felicidade. No entanto incomoda-me seu olhar de piedade ou o de alguns de seus convidados “Oh, pobre dele, é solteiro e não tem filhos”. Isto eu não acho natural, só acho burro, acho estúpido que diminuam a capacidade de reflexão, o pensamento, à altura de sua fisiologia. Isto eu acho vulgar. Pois não sabem sequer distinguir que o que é bom pra eles não necessariamente precisa ser bom pra mim, portanto não me faz falta. O terror que sentem em não ser mais um, de não fazer parte do grupo, não me assombra. Gosto de ser singular. E quando não são capazes de entender ou respeitar meu ponto de vista, muito embora, como já explanei, eu entenda o deles, é quando me emputeço; é quando não tenho piedade nenhuma, mas nojo. Eu não sou piedoso? Sim, sou, mas nem sempre. Os que eu amo e me amam não possuem a intenção de me cutucar, o fazem sem saber; no fundo, sinto a pena em seus olhares e isso me causa algum desconforto, coisa que de qualquer modo antes tolerava pelo bem de estar geral, do qual de hoje em diante não vou mais me doar. Eu os curtirei em horas nossas, e horas coletivas só quando comemorarem a amizade ou o dia de seus anos. Sobre festas de família, quando quiser ir sozinho, eu vou. Quando quiser levar companhia, um amigo ou amiga, que seja, para ter o que se conversar extra os papos familiares, e não permitirem, porque meu convidado (a) “não é da família” nem cacho meu, então eu declinarei. Sobre aos enlaces, deixarei bem claro: não vou durante a parte religiosa. Só irei à festa, se quiser, convide, senão, dou de ombros. Em resumo, para ajudar os retardatários antes que abram a boca pra comentar estrume, não me incomoda não ter o que outro tem, nem ser como ele é, incomoda o olhar do outro, não do outro, mas do próximo, dos meus, ou mesmo seus convidados, daqueles que não são como eu ou infelizmente estão aquém de uma compreensão superior.

2 comentários:

Anônimo disse...

As vezes tenho essa sensação que vc explica, até se brincarmos com uma criança, as pessoas olham com uma cara parecendo querer dizer: Coitada brinca com a criança porque não tem uma para curtir, meu sonho desde a infância foi adotar uma criança, mas existe muito preconceito, esperei meu esposo concordar e já estou a caminho da adoção, mas haja paciência para as críticas, mas como sempre tudo incomoda as pessoas, pois mesmo com um monte de chato dizendo que eu deveria engravidar, ignorei a todos, eu quero é adotar, e quem não gostar, azar, não são eles que pagam minhas contas, beijo Kizzy sandra

Kizzy Ysatis disse...

Ótimo, Sandra. Mandou bem! Falar, vão falar sempre, temos de ignorar os medíocres. Adotar é um ato de amor dos que mais me encantam. parabéns e felicidades.