
O lançamento está chegando e aos poucos falarei dos 20 autores e seus respectivos contos.
Pra começar falarei de um dos autores cujo conto veio abrilhantar nosso livro e recepcionar os autores que venceram o concurso. Vim falar de um dos convidados especiais e seu conto.
Autor convidado: OCTAVIO CARIELLO
É, entre outras mil coisas, professor de roteiro e desenho da Quanta Academia e foi desenhista da versão para os quadrinhos de A Rainha dos Condenados, de Anne Rice. Co-escreveu A Tríade comigo e mais dois mosqueteiros.
Conto: ANTES DO FINAL
Em Antes do final temos ironia e despojamento. Cariello não faz um vampiro pomposo, mas um vampiro comum em uma situação jamais imaginada.
A crise mundial que há neste conto não é econômica. Gangues de vampiros disputam seu Território V em uma realidade onde uma explosão demográfica na população de vampiros faz com que os seres humanos sejam ameaçados de extinção.
Enxerga-se neste conto um paralelo entre as gangues de vampiro e a criminalidade urbana da Escola de Chicago (primeira metade do séc. XX), em cujos estudos referiam-se aos problemas de imigração, crescimento demográfico, delinqüência, criminalidade, conflitos étnicos, seus guetos de diferentes nacionalidades geradoras de segregação urbana.
Leia um trecho do conto:
Sempre fui tranquilo. E isso me ajudou a chegar ao alto escalão do bando do Macá. Quando a crise apertou, eu já era o capitão da divisão de segurança. Não pestanejava em matar quem se metesse a esperto e chegasse muito perto do chefe. O Macá bolou um plano genial de montar um centro de criação de gente viva, uma espécie de viveiro. Ele escolheu os melhores do grupo pra tomar conta do lugar e garantir a segurança das famílias escolhidas. Três anos atrás, tinha umas dez famílias vivendo no nosso viveiro. A merda é que gente viva morre por besteira, não só por mordida de vampiro. Os vivos soltos foram sendo caçados e a gente ouvia boatos de que outros grupos copiaram o Macá e também tinham criado seus próprios zoológicos humanos.
Antes do Final é uma metáfora do crime e da realidade; uma triste premonição ou um alerta social, ainda que o autor possa apenas ter imaginado um conto delicioso de ler apenas para nosso puro entretenimento e deleite.
Pouco a pouco o livro vai tomando forma.
Estou muito feliz com esse trabalho
e tenho certeza de que todo mundo também ficará quando estiver com o livro em mãos.
Não vejo a hora
8 comentários:
tá bonito isso; fiquei até com vontade de reler meu conto pra ver se tem tudo isso lá! hehe.
você é ótimo e, além de tudo, generoso!
grande beijo
Um, atiçou minha curiosidade =]
legal
tem tudo isso lá sim, me orgulho de enxergar a beleza onde ela existe. minha professora de teoria da comunicação ensinava sobre a escola de chicago e eu pensei, nossa, o conto do cariello é análogo à matéria. tirei ótima nota na prova, teu conto me ajudou a registrar na memória os conflitos gerados pela proliferação da delinquência.
adoro a parte que diz, "A merda é que gente viva morre por besteira", e também aquela que fala dos mortos, desses que não voltam mais, rsrsrrsrsrs.
Parabéns querido, é uma honra dividir espaço com quem é um talento e um mentor.
beijo terno do amigo e aluno eterno.
Jéssica
como vai?
seja bem-vinda sempre aqui.
em breve sua curiosidade será saciada. certamente gostará do livro, foi feito com esmero.
beijos
Nossa Kizzy, está de arrepiar, a pequena mostra que você nos deu já me deixou fascinada, nós não vemos a hora de brindar com você mais esse sucesso...abraço!
Acho que o que mais me interessou foi os contextos em que os contos foram escritos. Os trechos conseguiram me deixar com água na boca de contade de ler logo o livro! Muito bom mesmo!
Aprendi a gostar do Carrielo e a descrição feita por você o tornou mais lindo , do que ele já é. bjs e sorte .
Oi amorzão eu TE AMOOOOO!!!!
Saudades de ti !!!!
Postar um comentário