
Orlando
Uma biografia ficcional e eugenista sobre um imortal britânico e sua jornada que vai da corte isabelina ao ano de 1928 quando, há setenta anos, Virginia escrevia o livro. Há pitadas de um humor refinado na narrativa sempre elegante e experimental de Woolf. O mérito do livro, um deles na verdade, porque são inumeráveis, está em demonstrar que o sexo (no sentido da conformação mulher-homem) é apenas mais uma das convenções humanas. Orlando nos deixa, após trezentos anos de vida, uma profunda deliberação acerca das tolices da sociedade, ao mesmo tempo em que nos enleva com divagações e pura poesia. Orlando, aos 30, num momento de plena epifania, vira mulher e passa a se chamar Lady Orlando. Contudo jamais deixa de ser quem é.
"Não se podem, por isso, considerar excessivos o tempo e a dedicação empregados em fazer com que o veículo da nossa mensagem a desfigure menos. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. "
Virginia Woolf, Orlando
A tradução é de ninguém menos que Cecília Meireles
Eu li, amei e recomendo.
Faça bom proveito!